sábado, 24 de dezembro de 2011

Embrulhado para presente, afinal é natal!!!

Após a pintura do costado chegou a vez da pintura do antiderrapante no convés.
Um dia cheguei no barco para acompanhar os serviços e encontrei o artista Felipe escutando música erudita enquanto calmamente demarcava  no convés os desenhos das superfícies lisas e das superfícies com antiderrapante Griptex.

As superfícies que permaneceriam lisas precisam ser meticulosamente isoladas com fita e papel pardo, para que no convés, tenhamos, como se fossem painéis antiderrapantes intercalados com frisos e superfícies lisas.





Então depois de todo o barco, convés, costado, cockpit, ferragens, estarem isolados, estava pronto para receber a pintura com o griptex nos próximos dias. Com a proximidade de algumas nuvens carregadas, o Felipe e o Guilherme cobriram todo o barco com diversas lonas, que combinadas com o costado,  isolado com papel pardo, ficou embrulhado para presente, afinal de contas,  estamos próximo do Natal. E para completar o pinheirinho já estava ali ao lado.
Para pintura do Antiderrapante, optamos por escolher uma tinta branca, com uma tonalidade levemente diferente da utilizada em todo o barco nas superfícies lisas, fizemos esta opção para diminuir um pouco o albedo do convés, e não agredir tanto nossos olhos nos dias ensolarados, escolhemos a cor branco gelo, que foi especialmente desenvolvida para nós, pois a Weg não tem esta cor de tinta em produção. A esta tinta, na hora da pintura, foi adicionado o Griptex, que é um aditivo composto de micro esferas de um polímero, e que deixa a superfície áspera, formando um antiderrapante. Muitos utilizam para isto areia ou micro esferas de fibra de vidro, mas estes não proporcionam uma superfície uniforme, como as realizadas com o Griptex, uma vez que estes outros precisam ser polvilhados sobre a superfície recém pintada. Uma das vantagens do Griptex é que ele é misturado a tinta e esta tinta é aplicada a pistola, deixando uma superfície homogênea, áspera o suficiente para evitar escorregões, mas não lixa e danifica qualquer calção de banho ou biquíni, como também não arranca o couro da pele como muitas vezes ocorre com os outros antiderrapantes.
Na sequência  foi realizada a pintura dos antiderrapantes, estávamos ansiosos para ver como havia ficado, se havíamos acertado a tonalidade, se a rugosidade do antiderrapante estava boa. Inicialmente eu tinha a impressão de que havia ficado um pouco escuro demais, mas tive que esperar até terça-feira, após a secagem completa da segunda demão da tinta P.U. aditivada com Griptex, para então o Guilherme cuidadosamente remover os isolamentos e então pudemos ver e sentir como havia ficado.
Mais uma vez, ficou lindo, muito bom, tanto a textura como a tonalidade da cor.






Enfim Dezembro chegou e o Veleiro Arachane se preparou embrulhado em sonhos, conquistas e objetivos realizados! Desejamos que o Papai Noel lhes tragam muita PAZ, ALEGRIA, SAÚDE, AMOR  e mantenha o RUMO DOS SEUS SONHOS SEMPRE COM VENTOS FAVORÁVEIS E UM PALMO D'ÀGUA SOB A QUILHA!!!
FELIZ NATAL!!!




 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Marcando a linha d’água

Seguindo a aplicação de diferentes tintas epóxis para proteção anti corrosiva e massas epóxis para correção de imperfeições, muitas e muitas lixas,  chegou a tão esperada hora de iniciarmos a aplicação das tintas de acabamento.  Com todo casco com uma pintura homogênea partimos novamente para dois tratamentos distintos, e para isto aplicação de tintas específicas. Tintas Poliuretanas acima da linha d’água e alquídicas, que são as anti-incrustantes, abaixo da linha d’água.
E para isto o mais necessário: definir a linha d’água.
Nosso barco tem internamente, marcações em todas as cavernas da linha d’água projetada, marcações estas que foram feitas quando o casco ainda estava sendo construído, emborcado e devidamente nivelado no picadeiro, seguindo as medidas fornecidas no projeto, caverna por caverna.
Então agora com o casco pronto, na posição correta, como transferir estes pontos de dentro para fora?... e mais um detalhe importante, fazer isto bem feito para que tenhamos a maior chance de acerto possível, aliás em toda a construção do barco estamos sempre trabalhando com isto, mesmo assim sabemos que temos chances desta linha d’água estar errada, uma vez que fizemos algumas alterações no projeto, mas é o nosso ponto de partida.
O mais fácil seria com o barco pronto (interior, mastreação, tanques, etc... pois é ainda este etc...), colocá-lo na água e deixar que a própria água marcasse a linha, mas como ainda vamos levar muito tempo para ter o barco pronto, e precisamos colocar o barco na água para então, aos poucos darmos continuidade à construção, precisamos determinar a linha d’água e no momento é esta a referência que possuímos.
 Com um nível laser, dentro do barco, bem na popa, fomos  levantando a popa do barco, com carreta e tudo, utilizando dois macacos hidráulicos, até que o laser atingisse todos os pontos da linha d’água marcados em cada caverna simultaneamente. Com isto ficamos com o barco nivelado, e com uma mangueira transparente cheia d’água, saindo pelo furo do ecobatimêtro, fizemos a transferência da marcação da linha d’água de dentro para fora do barco. A Maxi não estava habituada com este tipo de marcação então o marceneiro Vani que estava trabalhando no barco ao lado, percebeu isso e a ajudou bem sorridente. Teve também o auxílio no dia seguinte de dois rádios portáteis que o veleiro Entre Pólos nos emprestou, pois gritar de dentro do barco com todo o barulho externo em volta não estava dando muito certo e a Maxi depois que aprendeu a fazer a marcação não escutava na hora que eu falava “marca”, olha o nível da água...
Após termos marcado no costado todos estes pontos, de caverna em caverna, por bombordo e boreste esperamos o anoitecer, e com o nível laser, fixado num tripé de máquina fotográfica e  posicionado no lado de fora do barco a uns 10m de distância, transversalmente ao barco, projetamos a linha de nível do laser no costado do barco, até que atingisse todos os pontos, primeiro boreste e depois o mesmo procedimento por bombordo, conferimos se todos os pontos marcados estavam coerentes. Para nossa surpresa a diferença de alinhamento foi mínima, chegou no máximo a 1cm.
O Cadu e a Camila do veleiro Cutiatá estiveram algumas horas à noite conosco, ajudando a segurar lanterna, trouxeram um lanche e tiveram paciência de ficar até 1h da manhã acordados olhando para o traço vermelho do laser e aguardando o resultado daquela noite, já que no outro dia posicionamos novamente o barco e marcamos todos os pontos para nova conferência.
 Aproximadamente 12 horas de marcação ao todo, mas muitas e muitas horas de pensamento até chegar a esta conclusão, ou seja, fácil explicar hoje como fizemos. Anteriormente já havíamos trocado idéias com diferentes pessoas de como fazer, mas nenhuma idéia sugerida nos satisfazia completamente, então juntando uma idéia daqui, outra dali, utilizando o nível laser do Daniel, o tripé da máquina fotográfica, e muitos outros detalhes, fomos pouco a pouco colocando em prática minha idéia e ajustando, improvisando e solucionando, até obtermos um resultado que nos satisfizesse e que nos convencesse de que estava correto.
Dias depois, de tudo já marcado recebemos a visita de Helga e Gerd, do veleiro Lizard que nos falaram que antigamente, quando não existia nível laser, na Europa utilizava-se no anoitecer a luz de uma lâmpada e um cabo esticado e riscava-se o casco através desta projeção da sombra do cabo no costado... bem conseguimos marcar com laser e esperemos que esteja realmente no lugar certo! Caso contrário o Felipe e sua equipe nos salvarão pintando novamente futuramente.
Pronto, a linha d’água estava marcada, pegamos um lápis e riscamos, com a ajuda de uma régua, sobre a linha vermelha projetada pelo nível a laser.
Fizemos isto nos dois bordos do barco.
No dia seguinte o Felipe já fez o isolamento com fita crepe e iniciou a preparação para primeira aplicação da tinta Poliuretana.
No domingo chegou a hora, fomos mais cedo que o normal para o clube, para providenciar tudo quanto necessário e acompanhar mais este passo a passo.
Pouco a pouco os costados do Arachane deixavam de ser opacos e se tornavam lisos e brilhantes.
Na semana seguinte os costados foram novamente lixados e corrigidos minuciosamente com massa em alguns locais necessários, para no final de semana seguinte receber a 2ª e última demão.









Então mais uma vez chegamos ao clube pegamos nosso chimarrão e duas cadeiras, sentamos à sombra levando máquina fotográfica, e fomos apreciar o show do Felipe, afinal é domingo e nosso lazer é acompanhar a construção. Como é bom olhar um trabalho destes e ver o resultado!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pintura externa

A pintura interna está concluída, hora de iniciar a pintura externa, e como não poderia deixar de ser muito trabalho para a equipe do Felipe.

Na 1ª semana de pintura externa (24 a 28 de outubro), apesar de ter chovido muitos dias, concluímos a semana satisfeitos, pois nos dois dias úteis apenas quinta e sexta-feira, que foram muito secos e ensolarados, o serviço rendeu bastante.
No pôr do sol da sexta-feira o barco estava todo pintado com as primeiras camadas de tinta epóxi. Obedecendo os critérios iniciais exigidos pelas diferentes peculiaridades, uma vez que estamos seguindo criteriosamente as informações repassadas pela WEG em nosso plano de pintura.

As fases da pintura iniciadas pela etapa de acabamento, com a aplicação da massa epóxi, para corrigir irregularidades, e é claro tal material somente acima da linha d’água. Optamos em não aplicar esta massa abaixo da linha d’água para minimizarmos futuros problemas que podem surgir com a massa, pelas conversas e experiências com outros velejadores, ficamos sabendo que nestes pontos onde é aplicada a massa, ao longo do tempo sempre são mais suscetíveis a ferrugem tanto acima como abaixo da linha d'água, mesmo que seja epóxi, por isto optamos em aplicar o mínimo necessário.

O casco do Arachane tem uma superfície praticamente lisa, o que facilita a aplicação da massa epóxi, com esta vantagem, a aplicação da massa será reduzida, já que necessitará aplicação em poucos lugares. Aplicamos a massa epóxi nas soldas, pois ali sempre fica algum rebaixo ou saliência, que serão corrigidos com a aplicação da massa epóxi, posterior lixamento e após a pintura final.
O branco do convés já está ofuscando os olhos, e como a Maxi diz “é preciso usar óculos escuros para olhar o barco”! Pois ficamos 1 ano e 5 meses aguardando por este momento do branco total do nosso barco, mas na realidade temos a impressão de que faz muito mais tempo!

Finalmente não temos mais um barco cinza, cinza este proveniente de toda superfície galvanizada, e como nosso amigo Gigante falou, quem não conhece o barco não diz mais que ele é de aço.
E é assim que o barco está surgindo um dia após o outro, e nós estamos curtindo cada etapa, uma após a outra e com nossa imensa vontade de concluir mais esta etapa, colocar o barco na água e começar a navegar um pouco, mesmo que seja a motor no início e ir curtindo o barco, e iniciar a próxima etapa das muitas que hão de vir.

Não vemos a hora de concluirmos estes trabalhos que exigem profissionais capacitados para então colocarmos a mão na massa, montando uma coisinha aqui, instalando outra ali, etc... Enquanto o Felipe e o Guilherme trabalham na pintura, ficamos observando, sentados na volta em nossas cadeirinhas de praia, tomando um chimarrão olhando para o barco e imaginando mil coisas e tendo idéias de como posicionar melhor a câmera fotográfica para registrar tanto quanto podemos, e é claro podemos acompanhar e curtir aquele imagem do barco, que é nosso sonho ali ao vivo!
Optamos por contratar profissionais capacitados, pois dispomos de pouco tempo livre, e com isto, não temos no momento como fazermos tudo (trabalhar para conseguir dinheiro e trabalhar diariamente na construção) por este motivo não estamos trabalhando nós mesmos, para que a obra do barco não se estenda ainda mais, aguardando nossas horas livres.
Depois de uma semana chuvosa e de uma semana extremamente seca, sem nenhum dia de chuva, o Arachane recebeu a massa aplicada em todo o barco, convés, cockpit e costado. O Felipe aproveitou o tempo bom do sábado e domingo/novembro e aplicou massa em todo o barco, e na segunda-feira foi iniciado o serviço de lixar toda esta massa. Após lixados os costados, convés e cockpit que ficaram lisos, completamente lixados, a espera das próximas camadas de tinta.
E assim foi até a cobertura perfeita e a superfície ficar lisa e linda numa seqüência frenética de lixa-tinta-massa-lixa-tinta-massa-lixa-tinta...





domingo, 23 de outubro de 2011

Pintura interna concluída

Estamos completando a terceira semana de pintura interna do Arachane.
Tivemos muita sorte com o tempo, a época para a pintura foi realmente muito bem escolhida, pois deixamos a época chuvosa do inverno passar e nestas três semanas praticamente não choveu, a umidade do ar sempre esteve muito abaixo dos 80%, temperatura média de 20 graus celsius, que são condições ideais para a pintura, melhor auxílio ainda, a mudança para o horário de verão, que faz com que os dias fiquem mais longos, e o serviço parece render mais, pois com a proximidade do solstício de verão o número de horas de sol aumenta a cada dia.

Com a vantagem que tenho, de trabalhar muito próximo do barco, isto me possibilita acompanhar todo o serviço bem de perto, este acompanhamento faz com que eu diariamente consiga avaliar se as condições climáticas (temperatura e umidade) estão dentro das condições recomendadas pelo fabricante das tintas para sua aplicação.





Consigo também, periodicamente acompanhar cada demão que está sendo aplicada, monitorando com um micrômetro, se a respectiva demão de tinta que está sendo aplicada, está atingindo a espessura do filme indicada pela WEG no nosso plano de pintura, e também fazer diariamente uma inspeção para verificar eventuais locais que ficaram descobertos de tinta.
Acreditamos que esta pintura interior seja a mais trabalhosa, e também a mais importante, devido aos inúmeros cantos, travessas, cavernas, longarinas e etc., que existem no interior do barco, e ainda a dificuldade de se realizar um serviço destes, depois do barco pronto.

Outro detalhe muito importante que precisamos levar em consideração, é de que nosso barco apesar de ser de aço galvanizado, possui três tratamentos de superfície diferentes em seu interior, o que exige que estas diferentes superfícies recebam diferentes tratamentos e diferentes atenções, mas todas tem a mesma importância.
Nas superfícies não galvanizadas, no interior do barco tais como móveis, cavernas, etc., procedemos a escovação e logo em seguida tratamos com duas demãos da tintaNº2288 que é uma tinta anti corrosiva.
Nas superfícies galvanizadas a fogo, após um lixamento leve, para promover a aderência das tintas subseqüentes aplicamos Galveg que é um promotor de aderência especial para superfícies galvanizadas.

Nas superfícies galvanizadas por asperção térmica, por ser uma superfície com bastante rugosidade para a ancoragem da tinta, aplicamos a tinta N 2288.









Após a aplicação destas diferentes tintas nestas diferentes superfícies, finalmente chegamos a uma superfície preparada para receber um tratamento homogêneo, a aplicação do Wegpoxi primer 717 em todas as superficies de aço, que é uma tinta anti corrosiva. Em todas as superfícies internas, foram aplicadas duas demãos desta tinta.




E é assim que o barco se encontra hoje, com uma cobertura homogênea dessas diferentes tintas, após diferentes tratamentos de superfície, com duas demãos do Wegpoxi primer 717 aplicada em todas as superfícies internas, ou seja, fundo, costado, teto, estruturas internas. Estão todos devidamente tratados a espera da tinta final de acabamento que será aplicada após concluídos todos os serviços de pintura externa que ocorrerão em seguida.

Próxima fase será o início da pintura externa.
Não queremos ferrugem, esperamos que por muito tempo a ferrugem não apareça .
Talvez eu esteja sendo um pouco exagerado, ou talvez minucioso demais, mas neste caso, como em muitos outros, prefiro  ficar com esta dúvida e pecar por excesso, afinal é de nosso querido Arachane que estamos falando. No estaleiro Villasboas, a Maxi já havia escutado de que eu ficava muito em cima da construção, e quanto a querer o melhor possível mas até o momento não tenho tido decepção por ter acompanhado a construção de perto, pois havaliamos passo a passo, e nada tem sido feito sem a nossa supervisão!